Depressão é a imperfeição do amor, dizem alguns ou distúrbio afetivo, transformado em patológico, afirmam outros. A depressão é o desespero pelas perdas, reflexo superdimensionado do excessivo apego ( dê mais pressão ao estado de ânimo já pressionado) às coisas e às pessoas ou a ambos, simultaneamente.
Mesmo as pessoas que se apoiam numa fé que lhes promete existência diferente no além, não conseguem evitar a angústia neste mundo.
O próprio Cristo foi o homem dos sofrimentos, diz a história bíblica e Buda, IV a V séculos antes de Cristo, afirmava que o sofrimento faz parte da vida e que nesta vida tudo é transitório.
Esquecemos, quase sempre, que a vida é repleta de tristezas: pouco importa o que fizermos, no final todos vamos morrer. Não se escolhe o nascimento, nem a morte.
Vivemos numa época de paliativos, em que decidimos o que sentir e que não sentir, cada vez menos desconforto, a tristeza – e o passo seguinte - depressão parecem inevitáveis, dada a dureza da realidade.
Para a medicina moderna, a tristeza, pessimismo, baixa auto – estima são causadas por alteração química dos neurotransmissores – cérebro – os quais alteram ou não produzem serotonina, noradrenalina e dopamina, substâncias dos impulsos nervosos entre as células.
O tratamento é basicamente medicamentoso que cria mais conforto e, ao mesmo tempo, mais dependência.
Para a medicina chinesa a depressão – falta de ânimo para fazer qualquer tarefa – decorre, da pouca geração de sangue ou seu excessivo calor, por deficiência do baço e fígado – alimentação inapropriada combinada com atividade estressante – os quais criam sintomas de insônia, sonhos excessivos e prejuízo memória ( coração), secundados por raiva, irritação, ansiedade, melancolia e tristeza.
A preocupação excessiva – problemas não resolvidos – compromete o coração e baço. Coração controla sangue, baço é quem o gera . Estresse, irritação, raiva, decepção, prejudicam fígado que mantém o sangue em depósito, prejudicando seu fluxo suave.
A cura da depressão – e não apenas medicação – exige alimentação adequada, com base em verduras e saladas amargas ( acalmar calor sangue e diminuir-lhe acidez), legumes, frutas, pouca proteína animal, amidos e doces; atividade física ( movimentos e não exercício de esforço) para dar mobilidade ao sangue e banhos de sol ( manhã e tarde) para reforçar melanina e pulmão, pois a fraqueza do coração e do fígado ( depressivo) gera fraqueza no pulmão.
Sem a mudança de hábitos alimentares, alguma mobilidade corporal, banho de sol, não é possível alcançar a cura, ainda que a pessoa deprimida queira essa saída.
Mestre Shen - 03/17
Sinaten 01895