Esclerosa múltipla: duas visões

 

Incursionando pela seara ocidental, sítios eletrônicos da Sociedade Brasileira de Neurologia, Hospital Albert Einstein-SP,  e da Novartis (indústria medicamentosa), permitem concluir, em apertada síntese, que “...esclerose múltipla é uma doença inflamatória, acomete diferentes partes do cérebro e da medula espinal, cujas causas são desconhecidas, podendo-se levantar hipóteses de fatores genéticos e ambientais, os quais desencadeiam  mecanismos de autoagressão. Seus principais sintomas são, perda da  força dos braços e pernas, as vezes somente  de um lado do corpo, sensação de choque que percorre medula, urina solta ou presa, intestino preso, dificuldade para caminhar, tropeços ou quedas. Porém, outros sintomas neurológicos podem confundir médico e paciente, entre eles, doença reumática, lúpus, infecções do sistema nervoso, sífilis ou aids”.

 

Segundo os especialistas   esclerose múltipla -  doença crônica, assim como hipertensão arterial, diabetes e asma - não têm cura, servindo o tratamento para prolongar sua progressão e diminuir-lhe os efeitos.

 

Os medicamentos – com riscos inerentes – imunomoduladores ou imunossupressores requerem rigorosa monitorização. 

 

Para o médico Drauzio Varela a atual terapêutica ( remédios ) é massificante, pois são os mesmos para todos os pacientes com os variados tipos de esclerose, e não levam em consideração a gênese da doença. Exercícios físicos não modificam a evolução da doença.

 

O uso de tabaco e álcool são fatores que podem desencadear a doença, agravar seu controle e os surtos.

 

É de ocorrência mais comum em regiões de climas temperados e frios, sendo, no Brasil, a maior incidência nas regiões Sudeste e Sul, pois sofrem  influência da baixa luminosidade solar.

 

Dados estatísticos, pouco confiáveis, revelam 15 casos para cada 100 mil habitantes, no Brasil, e 200 casos para igual proporção de população, nos Estados Unidos.

 

A medicação disponível – betaferon, avonex, rebit, copaxone, gilenya, lioresal, aubagio,tysabril,  tecfidera, fampyra, lemtrada – apresenta efeitos colaterais, mais ou menos agressivos, de acordo com cada paciente e evolução da doença, entre os quais,  dor no corpo, depressão, aumento enzimas hepáticas, insuficiência renal, palpitação ou falta de ar,  alteração da  visão, queda da quantidade de linfócitos, diminui eficácia das vacinas, aumento triglicerídios, baixa nível de células sanguíneas brancas, potencializa disfunção erétil,  baixa libido, aumento fluxo ou retenção de urina, obstipação, boca seca, fadiga, exaustão.

Normalmente é prescrito vitamina D.

 

Casos clínicos:

 

Desde que se estabeleceu  em Caxias do Sul, seis casos foram tratados pela Wu Xing Clínica,  já diagnosticados e, em estágios avançados da esclerose, sendo duas mulheres e quatro homens.

 

Uma das mulheres – 58 anos – era esclerose lateral amiotrófica – com perda da força dos braços ( não os conseguia levantar), falta ar e sem condições de articular as mandíbulas ( comia por sonda). Caminhava. Tratava por mais de 08 anos. Recebeu tratamento da medicina chinesa, mas não reagiu a qualquer tratamento, pois a rigidez muscular estava consolidada. Faleceu  meses depois.

 

A outra, com idade de 57 anos, diagnosticada com esclerose múltipla e tratada por mais de 10 anos, não mais caminhava, não falava claramente e se alimentava com dificuldade, apenas alimentos aquosos.  Recebeu nosso tratamento, melhorou a fala e capacidade de  alimentação, mas um acidente a colocou em leito de hospital, por causa das lesões e a medicação prescrita parece ter acelerado a rigidez. Teve insuficiência respiratória e faleceu.

 

Um dos homens, com quadro idêntico a segunda mulher, inclusive idade, evoluiu no aspecto de articulação das mandíbulas, soltando melhor a fala, melhorando as condições alimentares, pois antes engolia com dificuldade. Não seguiu tratamento e não se tem notícias.

 

Três homens são jovens: um militar 41 anos, com diagnóstico e tratamento, por mais de 15 anos, outro engenheiro, 36 anos, com diagnóstico e tratamento por mais de 09 anos,  e outro bancário, 34 anos, com diagnóstico e tratamento por mais de 03 anos, antes de vir nesta Clínica.

 

Ambos relataram mesmos sintomas iniciais: cansaço e sentindo pernas pesadas, mais lado direito. Adotam medicação e fisioterapia.

 

Marcos, nome fictício do homem de 41 anos, caminhava com auxílio de bengala, tinha urgência urinária, pele ressequida, respiração pesada.

 

José, nome fictício do homem de 36 anos, tem sintomas idênticos, agravado pela sensível perda da capacidade de concentração e síntese na fala. Lê um pequeno texto e não consegue dizer o que leu, mesmo sendo engenheiro. Sua lentidão ao caminhar dificultava chegar à Clínica pelo transporte coletivo. Referia intestino lento e visão turva.

 

O último, Antonio, nome também fictício, bancário, referiu perda força perna direita, parecendo tropeçar, peso cabeça, lado direito, intestino lento.

 

Esses três homens revelaram baixa libido e apetite sexual, referindo medicação, no mínimo dois deles, consistentes em betaferon, gilenya, lioresal,   mais vitamina D e medicamento depressão . fazem fisioterapia e o cansaço persiste.

 

 

Prescrito tratamento pela medicina tradicional chinesa ( dieta alimentar, ervas medicinais, acupuntura e massagem tui ná) , os dois primeiros foram mais radicais, aceitando a supressão momentânea dos medicamentos químicos, por 20 dias.

 

Ambos, após o segundo encontro, 15 dias, sentiram mais leveza nas pernas e com maior controle sobre os movimentos, melhora das necessidades fisiológicas  e quadro geral de mais disposição ( reduziu cansaço).

 

O último, mais conservador acerca dos medicamente químicos, os mantém integralmente, mas revela melhora do ânimo em geral e principalmente melhor funcionamento do intestino. Saiu o peso da cabeça ( visão embaçada  limpou).

 

Na visão da medicina oriental – chinesa no caso – não importa o nome da doença “esclerose”, nem se lateral amiotrófica ou múltipla, mas seus sintomas e causas, em movimento  dialético.

 

Ocorre, em verdade, invasão de umidade externa nos estágios iniciais, a qual invade, primeiramente, os meridianos das pernas, deslocando-se gradativamente para cima. Essa invasão é contraída ao morar-se em locais úmidos, sentar-se em grama úmida, permanecendo molhado  após banho de mar ou mesmo chuva; consumo excessivo de frituras, alimentos gordurosos, frios e lacticínios; atividade sexual excessiva ou excessivo desperdício de essência do rins (sêmem) e choque intenso (qualquer situação que provoque estresse emocional).

 

Em resumo: a umidade-mucosidade danifica baço/pâncreas, dando sensação de peso ou adormecimento, tontura e fadiga, aliada a deficiência de fígado e rins, os quais  dão progressão à fraqueza das pernas, costas e joelhos, memória fraca, visão borrada, micção hesitante ou urgente, dificuldade evacuatória.

 

Todos esses fatores, mal tratados, conduzem à grave atrofia muscular.

 

Tratamento: fazer caminhadas ao sol, corrigir os fatores externos, modificar padrão alimentar e introduzir fitoterápicos  para reforçar fígado/rins, expulsar umidade dos músculos/tendões, que podem ser estimulados por acupuntura.

 

O fato dos exames laboratoriais desses pacientes revelarem excesso de vitamina D e baixa quantidade de leucócitos (defesas do organismo), induzem  a uma inevitável concussão: em relativo espaço de tempo os efeitos da medicação serão piores que os da doença.

 Isto porque o excesso de vitamina D pode  provocar hipercalcemia ( retenção de cálcio pelo intestino) e provocar enjôos, falta ou perda apetite, excessos de  sede e  urina, obstipação ou diarreia, dor abdominal, fraqueza muscular ou dor, sensação de confusão e cansaço e pressão), enquanto o baixo nível de leucócitos mais produzidos pelos medicamentos antipsicóticos, imunossupressores e interferons deixam o organismo exposto a ataques externos ( vírus, fungos, bactérias)  e baixa reação a vacinas ou doenças inflamatórias.

O melhor e mais simples remédio para evitar hipercalcemia,reduzir incoordenação e diminuir cansaço muscular,  é ingerir mais ovos, peixes (atum, sardinha em lata ou salmão), nozes, castanha.Fazer caminhadas ao sol (ao menos 30 minutos dia), farão a reposição integral da vitamina D, sem os excessos que ela provoca, quando ingerida quimicamente.  

A experiência clínica mostra que o tratamento mais suave, através de medicina chinesa, dá melhor qualidade e prolongamento à  vida do doente,  ante a quase inexistência de efeitos colaterais, diferentemente da medicação química, cujas  consequências são iguais ou piores que a própria  esclerose( cansaço, fraqueza, exaustão).

 É o entendimento,

 Mestre Shen

Sinaten 01895 – 02/15